sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Apresentação: Royal Enfield Continental GT 2013

Os leitores mais atentos as novidades do mundo das Cafe Racers provavelmente já estão sabendo do lançamento da nova Continental GT . Porém optei por esperar alguns dias para poder tecer alguns comentários observações a respeito do renascimento dessa bela moto.
HISTÓRIA:
Essa moto causou um pequeno furor quando teve seu protótipo apresentado no início de 2012 na India. Para os desavisados de plantão, a marca Royal Enfileld nasceu inglesa, e no seu auge, cedeu a licença de produção alguns de seus modelos no pais oriental, a Madras Motors. Porém, se depois de alguns anos a verdadeira Royal Enfield não resistiu a" invasão japonesa" que o mercado de motos europeu sofreu nos anos 60 e 70, a Enfield indiana sobreviveu. E em 1995 e adquiriu os diretos de nome da marca.
Mas se você torceu o nariz para a origem indiana dessa moto achando que é um produto sem tradição, está enganado:  Essa moto trata-se de uma reinterpretação de um modelo da marca da década de 60: a GT 250cc, que foi um marco na história da marca.
O lançamento dessa moto nos meados dos anos 60, veio para brigar com as pequenas motos japonesas e com um importante trunfo: a Royal Enfield era a mais rápida da categoria( atingia os 120 km/h, o que não era ruim pela sua cilindrada na época), é importante lembrar, que as motos até 250 cilindradas na Inglaterra tinham menores restrições quanto a habilitação (necessito confirmar essa informação). Imaginem o impacto dessa moto no público jovem operário que buscava um veiculo bonito, esportivo e rápido. Se é difícil imaginar, basta comparar com a atração que uma Ninja 300 exerce hoje nos mais jovens.
Para saber mais sobre a história da GT, você pode ver esse video (Em Inglês):

MÁQUINA DO TEMPO:
Pelas fotos fica claro que a ideia produzir uma moto que lembrasse a original, mas com alguns toques modernos foi feita com extremo capricho e bom gosto. o desenho geral lembra muito as legitimas Cafe Racer, mas detalhes como o painel digital, amortecedores com regulagem de gás da grige Paioli e a Injeção Eletrônica da marca Keihin deixam claro que a GT avançou no tempo.
Apesar de que a moto com esse pequenos detalhes, acaba por deixar claro que é  fabricada nos dias de hoje, o coração dessa máquina é um legitimo representante da velha escola de motores ingleses: um monocilindro de 535 cc , não muito chegado a altas rotações que gera 29,5 CV a 5.100 RPM. De fato, para os número de performance atuais, é uma potência parca e talvez essa moto sofra um pouco para atingir o "The Ton", que nada mais é que as 100 milhas, ou para nós brasileiros, os 160 KM/H. E ainda falando sobre este motor, fica meio que obvio que é um motor que vai proporcionar vibrações intensas e velocidades e rotações mais altas.

Talvez você esteja se perguntando se não seria um mico ter uma "500" que possivelmente seja perturbada por uma Ninja 250 ou mesmo um RD 135 das endiabradas... mas basta lembrar que a proposta dessa moto hoje é outra: Se no passado, a ideia era a competição pura, hoje em dia uma Cafe Racer busca proporcionar estilo e diversão mais por sua leveza e simplicidade do que por números de performance matadores das motos esportivas. Números esses que a maioria dos jaspions motociclistas só sabe extrair nas retas. A graça é nesse tipo de moto é se deliciar em estradinhas de pouco movimento e cheias de curvas, sendo ajudado pelo novo chassi de berço duplo, exclusivo dessa moto, com as boas retomadas a baixas rotações que um Big Mono pode proporcionar sem ter que abusar das altas rotações (de novo falo das vibrações). E com a vantagem que você dificilmente vá enjoar do design de uma moto dessas, ao contrário das esportivas, que logo ficam datadas.
BELEZA ATEMPORAL
E voltando a falar em design, PUTA QUE PARIU, que moto incrível... e o bacana é que essa moto mesmo sendo uma moto bonita, deixa espaço para que você a customize e sendo que dificilmente alguém vá conseguir estragar a moto visualmente (desde de que não coloquem um farol de Honda Falcon 400 nela...). Ou seja, comparando com as mulheres, é como se a Brigitte Bardot vivesse em nosso dias, super elegante e com toques modernos, sendo feminina e sensual, mas sem se tornar um amontoado de músculos que uma dessas mulheres fruta atuais tem.  Beleza nas formas, nos traços que vão ser eternamente admirados. Já que você pensou na traseira, segue mais uma foto...
Motos e mulheres... a tarjinha preta sempre estraga tudo...

Ou seja, acredito que a Royal Enfield acertou a mão ao lançar essa moto: lançou um produto bem mais moderno que os modelos anteriores de sua linha, e que de quebra aproveita a o revival que as Cafe Racers vivem nesse momento. 

E falando de moda, é bacana ver que os caras lançaram toda uma grife com casacos, camisetas, capacetes, etc... é muito claro que há uma apropriação do conceito original das Cafe Racer pelo mundo da moda. Basta ver os vários videos em que grifes de roupa mostram gente jovem e bonita viajando de moto velha customizada.
Vendo essa foto, se desfaz a ideia que a GT é uma moto monoposto. Mas só serve para levar gatinhas esbeltas e magras, pois o espaço é pequeno.
 E a propria Royal tratou de confirmar essa tendência. Basta conferir o video promocional da moto:

O video mostra as Cafe Racers no Ace Cafe de Londres, faz referências a antiga rivalidade entre Rockers e Mods... mas depois, as Cafe Racer em uma longa viagem... é um pouco estranho, mas confesso que mesmo assim gostei bastante.

E A GENTE COM ISSO?
A verdade é que parece um lançamento distante da nossa realidade, mas basta lembrar que as Royal Enfield estão sendo importadas para o Brasil. Ou seja, com um pouco de sorte podemos ter essa bela moto em casa. O grande desafio está na pequena rede de vendas da Royal por aqui, e bem como pelo preço, que se for muito alto, pode concorrer mais que diretamente com a Triumph Bonneville (Há rumores que a Thruxton voltará ao nosso mercado!!!), que apesar de ser possivelmente mais cara, é no geral mais moto que a pequena e valente GT. Mas no fundo torço muito para que a moto venha e que faça felizes os Rockers que vivem aqui abaixo da linha do Equador. Resta aguardar, e enquanto ela não vem, você pode fuxicar sobre ela no website da Continental GT.

14 comentários:

  1. Carai Vei (como se diz aqui em BSB)... Que matéria legal (gostei da comparação com la Bardot), faço minhas as suas palavras Douglas, tomara que essa danadinha venha mesmo, vou fazer força para ter uma na minha garagem...

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    1. valeu Speedy... aproveitando o embalo, gostei da 550 e da HD que vc me mandou esses dias. Só não tive tempo de responder elogiando... hehehe abraços e que venha essa danadinha!

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  2. seria lindo algo assim com preço de india, por aqui...

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  3. Adorei o tanque dela! Modelo muito bonito mesmo!

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  4. Tem na descrição (Youtube) que se trata de uma viagem que eles fazem no filme (comercial).
    "Um bando de Rockers embarcam numa viagem epica de 11.000km. Eles saem do local de nascimento da cultura Cafe Racer -- The Ace Cafe em Londres e terminam no Madras Café, India."

    Original: "A band of rockers embark on an epic 11,000 kilometre burn-up. They set out from the birthplace of café racer culture -- the Ace Cafe, London and finish at Madras Café, India"

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    1. Eu compreendo que no filme, ficou bacana essa "tal viagem". Mas na prática, uma Cafe Racer é uma moto pra uso urbano e estradeiro de curta duração... uma Cafe Racer é uma das escolhas menos sensatas para se fazer 11 mil km.

      Mas no caso do filme, fica claro que eles quiseram propor a conexão entre a Inglaterra e a India.

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    2. Eu vi essa moto numa pequena revenda da marca em Itajuba/MG. A moto tem um desenho retro bem trabalhado, não tem partes plasticas, tem um motor bem adequado para o porte da moto, mas, sinceramente,
      R$22mil para uma moto dessa é muito, mas muito dinheiro mesmo. Essa moto deveria custar no máximo R$ 14mil (e olhe lá).

      Com R$ 25mil eu compro uma Harley Davidson Dyna 2009 e se procurar bem até 2010, que tecnologicamente falando, é muito superior.

      Uns vão dizer, que a categoria é outra, o público é outro, mas ordem de grandeza é ordem de grandeza. Uma coisa eu tenho certeza absoluta, por R$22mil essa moto no mercado brasileiro não pega de jeito nenhum.

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    3. 22 mil de fato não é barato, mas pedem praticamente 20 mil numa Falcon... Mas infelizmente creio que essa moto se tornará relativamente rara aqui no Brasil.

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  5. poxa....de fato a moto é linda, mas o motorzinho!!! ñ convenceu muito ñ!!!

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    1. O motorzinho até se justifica por ser descendente dos autênticos motores Royal. Mas se compararmos com os atuais, fica devendo em performance.

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  6. Gostaria de saber quanto ela custa lá fora, aposto que qualquer trabalhador assalariado tem acesso, enquanto nós aqui que somos roubados por uma corja, só terão acesso a classe média alta e alta.

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  7. Fiz uma conta grosseira, e deverá chegar por aproximadamente 25K, uma vez que os outros modelos giram em torno de 23K (Valores sem frete). Eu, particularmente gosto de motos com estilo retrô, mas sinceramente, tem que gostar muito, na minha humilde opinião, para gastar uma quantia dessas numa moto cujo motor é bem antiquado tecnologicamente. Com mesmo valor pode -se comprar uma ER-6N 2012. Vi a Continental pessoalmente e eu gostei. Não espere um acabamento de uma Triumph Boneville, mas, se compararmos o preço também, está condizente. Abs

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  8. Boa tarde a todos.
    Eu particularmente teria sem dúvida essa moto, inclusive já comprei uma Royal com sidecar verde militar. Até hoje foi a moto mais divertida que já tive e tenho, inclusive com o sidecar que pode ser retirado, é um brinquedo maravilhoso. Agora se vc pretende correr, competir, etc...essa não é a sua moto! Compre uma Bonneville que vc se sentirá numa CB450 com 800cc, ou seja é praticamente como dirigir uma Honda não tem graça nenhuma! Andar de Royal é experimentar as mesmas sensações que seu avô sentia quando era novo e tinha uma Motocicleta! Sim uma Motocicleta com M maiúsculo para ser pilotada e não dirigida como as atuais! A grande vantagem é que agora com a tecnologia moderna ela é extremamente confiável. Eu fui buscar a minha Royal, com sidecar, em Itajubá e de cara já fiz uma viagem de 350 km até minha casa em São Carlos - SP! Querem saber, isso sim é que é aventura!!! Chile de GS é bico! rs rs rs, aliás ir de BMW GS pra qualquer lugar é bico, quero ver é encarar uma Royal com sidecar! A diversão é grande. Não vejo a hora que mais pessoas no nosso país, que só entendem por motocicleta Honda e da Yamaha, comecem a conhecer e entender a estória das motocicletas e como é bom podermos voltar a ter acesso a aquelas maquinas que vimos com nossos pais e avós. Só conhecendo e entendendo o passado podemos compreender o presente e viver o futuro! Um grande abraço a todos.

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  9. Amigo, chegou uma notícia muito boa pra todos os entusiastas de motos européias. A Royal Enfield vai vender no Brasil a Bullet 350, Classic 500 e a Continental GT à partir de 2017.

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